Os Jogos Olímpicos mais sustentáveis de sempre
Durante Julho e Agosto de 2021 realizaram-se os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 (adiados para o ano seguinte devido à pandemia).
Entre os vários recordes mundiais e conquistas, a sustentabilidade não passou despercebida. A organização das Olimpíadas tem cada vez mais preocupações ambientais e este ano foram várias as iniciativas, seguindo o princípio “Be better, together – For the planet and the people”.
Uma das medidas adotadas foram os pódios construídos com plástico reciclado. Aproximadamente 45 toneladas de resíduos plásticos foram transformadas em matéria-prima para produzir os pódios projetados pelo designer japonês Asao Tokolo.
Para a sua construção, o povo japonês doou o equivalente a 400.000 garrafas através de mais de 2000 pontos de recolha espalhados por todo o país. Estas garrafas foram recicladas e transformadas para imprimir em 3D os 98 pódios que foram utilizados durante as Olimpíadas!
Para premiar os atletas que conseguem subir ao pódio, foram fabricadas medalhas olímpicas 100% recicláveis e feitas a partir de metais reaproveitados de lixo eletrónico.
Para conseguir fazer as cerca de 5000 medalhas para os Jogos Olímpicos, a produção no evento recorreu mais uma vez às doações de aparelhos inutilizados dos japoneses. Através de equipamentos como antigos telemóveis e computadores, que foram desmontados para reutilizar os metais nobres - ouro, prata e bronze - presentes no seu interior, conseguiu-se extrair 32 quilos de ouro, 3.500 quilos de prata, 2.200 quilos de bronze e outros metais.
No total, foram recolhidos mais de 6 milhões de antigos telemóveis e mais de 78 toneladas de computadores, tablets, monitores e outros aparelhos antigos ou danificados.
Cada medalha pesa aproximadamente meio quilo, mas a composição de cada uma varia. As de ouro são feitas com 550 gramas de prata coberta por 6 gramas de ouro, ambos reciclados, claro. Já as de prata são produzidas 550 gramas apenas do próprio material e as de bronze são 450 gramas de bronze vermelho.
As restantes iniciativas sustentáveis passam por estrados das camas feitos de cartão, veículos de transporte na vila olímpica quase todos elétricos, infraestruturas construídas a partir de madeira reciclada, eletricidade fornecida com energias renováveis e a tocha olímpica feita de alumínio reciclado.
Esta foi sem dúvida a edição olímpica mais sustentável da história! Será este um exemplo a seguir nos próximos Jogos Olímpicos, em 2024?
Maria do Mar Sousa, 8/08/2021