Comunidades de todo o mundo estão a transformar resíduos em recursos valiosos, provando que soluções locais podem, de facto, ter um impacto global. Países que investem em políticas inteligentes e incentivam a participação cidadã conseguem reduzir drasticamente o desperdício e melhorar a qualidade de vida.

Existem vários exemplos de países que se destacam pelas suas práticas e políticas progressivas, servindo de inspiração para o resto do mundo.
Deixamos-te aqui alguns casos de sucesso:

 

Alemanha

A Alemanha adota uma abordagem que procura minimizar a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários e maximizar a reciclagem, a compostagem e a recuperação de energia.
Os resíduos não recicláveis são queimados a altas temperaturas, gerando calor que é posteriormente convertido em energia elétrica e térmica.

Os cidadãos são incentivados a separar os resíduos nos ecopontos adequados, sendo até recompensados em alguns supermercados. No país, as embalagens recicláveis estão devidamente marcadas, existem cinco caixotes diferentes nas ruas para separar o lixo e as empresas são responsabilizadas pela reciclabilidade das suas embalagens.

Graças a estas práticas, a Alemanha recicla cerca de 70% de todos os resíduos produzidos. Segundo dados do Eurostat, em 2010 o país reciclou mais de metade dos seus resíduos urbanos, enquanto a média da União Europeia era de apenas 25%. Este sucesso não se deve à produção de menos lixo, mas sim à forma eficiente como o trata.


Suíça

A Suíça é outro excelente exemplo de gestão de resíduos, conseguindo minimizar significativamente o envio de lixo para aterros sanitários.
O país investe em tecnologias avançadas de reciclagem, com instalações modernas que transformam resíduos em matérias-primas secundárias para a fabricação de novos produtos.

Em Zurique, existem cerca de 12.000 pontos de reciclagem, onde aproximadamente 50% do lixo é reciclado e o restante é usado para produzir energia. A reciclagem é obrigatória, e o não cumprimento pode resultar em multas.


Suécia

A Suécia é referência em abordagens sustentáveis que minimizam o impacto ambiental e promovem a recuperação de recursos.
O país segue uma hierarquia de gestão de resíduos que prioriza a prevenção, reutilização, reciclagem e recuperação de energia, por esta ordem. Menos de 1% dos resíduos acaba em aterros sanitários.

O lixo é cuidadosamente separado e os cidadãos são fortemente incentivados a participar, graças a programas de educação ambiental dirigidos a todas as idades.
Os resíduos não recicláveis são incinerados em centrais que transformam o calor da combustão em energia térmica e elétrica, utilizada, por exemplo, no aquecimento de casas através da rede nacional.


Áustria

A Áustria é reconhecida por ter uma das maiores taxas de reciclagem do mundo, com sistemas eficientes de recolha seletiva de papel, plástico, vidro e resíduos orgânicos, e por investir em infraestruturas modernas que permitem uma reciclagem de qualidade.

Os resíduos orgânicos são frequentemente compostados ou submetidos à biodigestão, sendo depois utilizados na agricultura como fertilizante natural. Cerca de 70% do lixo biológico é transformado em adubo.

Desde 2020, o país também proibiu o uso de sacos plásticos.
Os resíduos não recicláveis são incinerados, gerando energia térmica usada para aquecimento urbano e eletricidade.


Japão

Apesar da elevada densidade populacional e da escassez de espaço para aterros, o Japão destacou-se pelas suas medidas inovadoras de gestão de resíduos.
O país adota um sistema de recolha rigoroso, com múltiplas categorias de separação, e cada uma com destino específico.

A reciclagem é fortemente incentivada através da educação e da consciencialização pública, resultando numa ampla participação dos cidadãos.
O Japão também investiu em tecnologias de incineração de última geração e em sistemas avançados de controlo de emissões.


Coreia do Sul

A Coreia do Sul é um exemplo de gestão eficiente de resíduos alimentares e orgânicos.
O governo cobra uma taxa por quilo de lixo orgânico descartado, o que incentiva a redução do desperdício.
Além disso, as famílias pagam uma pequena taxa mensal proporcional à quantidade de resíduos alimentares que produzem, promovendo comportamentos mais responsáveis.

 

Singapura

Cingapura possui um dos menores volumes de resíduos enviados para aterros do mundo, contando apenas com um aterro, usado principalmente para plásticos.
As empresas são totalmente responsáveis pelos resíduos que produzem e pela forma como os eliminam, promovendo práticas mais sustentáveis.


Holanda

A Holanda é um exemplo de inovação na reciclagem, especialmente no setor da construção.
Em 2018, partes de uma ciclovia foram construídas inteiramente com plástico reciclado.

O país aposta na separação de resíduos, no uso de energias renováveis e na promoção de uma economia circular, que integra sustentabilidade em todos os setores.


Canadá

Embora o Canadá não esteja entre os países que mais reciclam, distingue-se pela sua economia circular, que incentiva os cidadãos a vender, doar ou reutilizar produtos.
O país também é pioneiro na reciclagem de pneus, reutilizando o material na construção de estradas ou em revestimentos de parques, e promove a recolha de pontas de cigarro através de contentores específicos em várias cidades.


País de Gales

O País de Gales implementou políticas ambiciosas que incluem a redução de produtos descartáveis, a responsabilidade alargada dos produtores, o desenvolvimento de usinas capazes de reciclar produtos não recicláveis e a promoção da economia circular.
O objetivo é atingir zero resíduos em incineradores ou aterros até 2050.

 

Estes exemplos mostram que a reciclagem e a compostagem não são apenas obrigações ambientais, mas oportunidades de inovação, cooperação e desenvolvimento comunitário.
Se adotarmos práticas semelhantes, poderemos criar cidades mais limpas, saudáveis e sustentáveis para as próximas gerações.

 

Imagem: siriwannapatphotos/Reprodução

Deixar um comentário

Note que os comentários precisam de ser aprovados antes de serem publicados.

Este site está protegido pela Política de privacidade da hCaptcha e da hCaptcha e aplicam-se os Termos de serviço das mesmas.